quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Max Weber e a ética protestante


Max Weber imortalizou a teoria que mostra a diferença entre as sociedades protestantes - luteranas e calvinistas - e as sociedades católicas no que diz respeito à ética econômica. Segundo ele, a teologia protestante liberou o homem para a aquisição monetária. Para o protestantismo europeu, os homens estariam predestinados, alguns seriam salvos e iriam para o céu e outros condenados ao fogo do inferno. Isso não dependia de obras, era uma predestinação. Restava a cada homem procurar um certo consolo psicológico que o levasse a crer que seria um dos escolhidos. Essa segurança psicológica era fornecida por uma permanente glorificação de Deus por meio do trabalho.
Antes dessa doutrina, o trabalho era malvisto. Apenas aqueles que iam para os monastérios estavam assegurando a sua salvação. Os demais homens, que viviam fora dos conventos, trabalhando, quase certamente iriam para o inferno. Lutero quis ser religioso justamente para assegurar sua salvação. A sua mudança de rota, decidindo não mais seguir a carreira monástica, só poderia ser conciliada com a salvação caso ela fosse obtida por outros meios, e este seria o trabalho.
É interessante o que a doutrina luterana e a calvinista fazem - democratizam o acesso à salvação. Antes, a salvação era obtida por meio da vocação religiosa, da compra de indulgências e de outros caminhos a que nem todos tinham acesso, como a realização de obras de caridade e boas ações. Como afirmara Weber, o catolicismo da época exigia que o homem fosse para "fora do mundo" caso quisesse obter a salvação. O que Lutero e Calvino criaram foi a salvação, ou melhor, a crença de que se era um dos escolhidos por meio de ações "dentro do mundo". Muito simples: bastava trabalhar. Algo mundano, algo que todos faziam. Foi criada então a ética do trabalho. Trabalha-se, trabalha-se, cada dia mais, apenas para glorificar Deus. O trabalho gera riqueza e a riqueza é acumulada. Surge o espírito do capitalismo como resultado não intencional da ética protestante.
Mas será que foi realmente isso que aconteceu? Weber poderia ter errado? Suas evidências poderiam ter sido mais anedóticas do que realmente estatísticas? O belo estudo de Sascha O. Becker e Ludger Wossmann, "Was Weber Wrong?", dedica-se a essa questão.
Toda religião trata de diversos assuntos. Com o protestantismo não foi diferente. Comparada à do catolicismo, a ética do trabalho era diferente. Porém, o que diziam o luteranismo e o calvinismo em relação ao estudo? E em relação ao sagrado? Qualquer que fosse o assunto, o espírito do protestantismo era a democratização. O trabalho democratizava o acesso à sensação de salvação. A tradução da "Bíblia" para o alemão democratizava o acesso à palavra de Deus. A redução do número de sacramentos, dos sete da Igreja Católica para apenas dois, o batismo e a comunhão, diminuía a presença do sagrado no dia-a-dia das pessoas, o que também consistia uma mudança democrática. E assim por diante.
A "Bíblia" só existia em latim até o dia em que Lutero decidiu colocá-la no alemão. Mas seria inútil que a palavra de Deus fosse passada para a língua germânica caso as pessoas não fossem capazes de lê-la. Assim, a teologia luterana e calvinista pregava a democratização do acesso à capacidade de ler.
Sabe-se, em razão de inúmeros bons estudos acadêmicos, que o sistema educacional da antiga Prússia foi baseado na igreja luterana. Os nobres, que no catolicismo punham seus recursos financeiros no sustento de monastérios e conventos, com o seu fechamento decidiram redirecionar os recursos para educar a população. Conseqüentemente, alguns países largaram na frente quando o assunto foi a educação de toda a população: Suíça, Holanda, o território que se tornaria a moderna Alemanha e a Inglaterra. Uma curiosidade sobre a Suíça: além da valorização da "educação para todos", a teologia calvinista retirou o caráter pecaminoso da cobrança de juros. Não por acaso a Suíça saiu na frente, na Europa, na formação do sistema bancário.
Na Europa continental o desenvolvimento econômico coincidiu com o mapa da expansão do luteranismo. Sascha O. Becker e Ludger Wossmann mostraram por meio de modelos estatísticos sofisticados, mas traduzidos em mapas bastante compreensíveis, que o nível educacional e, como conseqüência, o desenvolvimento estiveram fortemente correlacionados com a força da religião reformada. No mapa 1 o xis preto mostra a cidade de Lutero. A religião que ele fundara era mais forte perto de sua cidade e mais fraca à medida que as regiões ficavam mais distantes. A área em vermelho indica que mais de 75% da população adulta era protestante no século XIX. Na área cinza a proporção de luteranos fica entre 25 e 75% e nas regiões azuis era menor do que 25%.
Não é coincidência, quando sabemos o que diz a teologia luterana acerca da necessidade de educar as pessoas e treiná-las a ler e escrever, que o mapa 2 indique a correlação entre nível de alfabetização e a popularidade do luteranismo. As áreas em vermelho mostram onde a alfabetização era maior do que 92%. Em cinza estão os locais com alfabetização entre 85 e 91% e em azul as regiões onde a taxa de alfabetização era menor do que 85%.
A religião teve impacto na educação e esta, por sua vez, teve impacto no desenvolvimento econômico. Isso é o que se vê nos mapas 3 e 4. Eles mostram o emprego no setor mais dinâmico da economia e a renda em marcos. Em vermelho estão os locais onde mais de 30% da população estava empregada na indústria e nos serviços. Em azul, onde menos de 22% trabalhavam nesses setores e em cinza, onde de 22 a 30% da população era empregada pela indústria e serviços. Mais uma vez, no mapa 4 o vermelho indica uma renda mais alta, acima de 940 marcos. Em azul estão as regiões de renda mais baixa do que 850 marcos e em cinza a renda intermediária.
Ficou provado que Weber estava errado, ainda mais quando se sabe que os autores do estudo controlaram a análise estatística por outras variáveis. Para Weber, o capitalismo e o desenvolvimento estavam correlacionados com uma ética do trabalho que só o protestantismo tinha. Para nossos modernos autores, que hoje podem lançar mão de modernas técnicas estatísticas, o desenvolvimento está correlacionado, sim, com a religião, mas não por causa da ética do trabalho - por causa da ética da educação.
Aliás, faz muito mais sentido imaginar que o desenvolvimento esteja relacionado com a educação do que com uma suposta ética do trabalho. O capitalismo não nasceu porque as pessoas passaram a valorizar mais o trabalho, mas porque passaram a ter mais qualificação para trabalhar de forma mais produtiva. Mais do que isso, o aumento do nível educacional tem impacto em outros fatores sociais também importantes: aumenta a participação política e o associativismo, facilita o desenvolvimento de diferentes modalidades de ação coletiva e assim por diante.
Isso é uma boa notícia para os países que não têm matriz católica, como é o Brasil. É mais fácil melhorar o nível educacional de um país do que fazer as pessoas valorizar mais o trabalho. Há um grande empecilho para melhorar o nível educacional do Brasil: educação não dá voto. Isso ocorre porque a população não dá valor à educação. Portanto, se avançarmos em tais indicadores isso será resultado de uma decisão da elite empresarial e governante. Aliás, um segmento importante da elite empresarial já está sentindo pesadamente o efeito da baixa qualificação de nossa mão-de-obra. A escassez desse pessoal tende a aumentar e, portanto, aumentará também a pressão do mundo dos negócios sobre Brasília e outros centros de decisão.
Em breve, sem o protestantismo como nossa matriz social, passaremos a trilhar o mesmo caminho de outros países católicos que decidiram tirar o atraso em relação aos países protestantes. Alguns exemplos são a Irlanda, a Espanha e a Itália. Portugal ainda é um dos países europeus mais atrasados no nível educacional. Quiçá o Brasil trilhará o caminho dos primeiros.

Alberto Carlos Almeida, sociólogo e professor universitário, é autor de "A Cabeça do Brasileiro" (Record)
Em 28/03/2008

Fonte: Valor Econômico

terça-feira, 9 de outubro de 2012

A Influência dos Problemas Familiares no Rendimento Escolar e na Vida do Aluno.



Os Especialistas da Educação sabem que os problemas familiares influenciam diretamente no desenvolvimento escolar dos alunos. Porém, apenas diagnosticar as dificuldades familiares não mudará o quadro; é preciso que se tome providencias, ajustando e orientando os pais, para que os resultados desejados na construção do conhecimento que esse aluno necessita sejam alcançados. São ações políticas didático-pedagógicas que precisam ser tomadas para a sua recuperação. Neste sentido os educadores como os agentes dessa ação transformadora, ao perceber essa relação de crise entre o aluno e a sua família, precisa construir uma relação de parceria entre as instituições família e a escola; essa relação precisa ser bilateral, com propósitos definidos, onde possam ser criados espaços para reflexão, troca de experiências; com intervenções pedagógicas planejadas e consistentes. A família precisa estar consciente e participar abertamente desse processo e nas situações onde somente a presença da escola, por si só não resolve; deve-se buscar a participação de uma equipe multidisciplinar, onde num primeiro momento Assistentes Sociais e Psicólogos, poderão fazer parte da parceria e num nível um pouco mais avançado, o Médico, o Advogado e outros especialista poderão se ajuntar a grupo de trabalho, se assim a situação exigir.
Reforça-se então, a necessidade dos educadores tomarem a iniciativa, uma vez que o senso-comum afasta a família dessa direção, e, juntos reflitam e construam essa relação para que juntos vençam o problema para que o aluno possa aprender e desenvolver-se melhor. Os resultados revelaram que essa parceria não é uma tarefa fácil, mas é possível, quando se procura as estratégias mais adequadas e viáveis

Palavras- Chave: conhecimento, escola e professores, família e parceria 

Isaias Lima de Menezes

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Orientação Profissional


Tomando dois táxistas como referência, pode-se observar o grau de satisfação profissional e a relação com trabalho de algumas pessoas.  No primeiro, o taxista é um infeliz por realizar atividades fora da sua vocação e a prova está na forma como realiza o seu trabalho sem tato, delicadeza, parece aborrecido e a sua fala  resume tudo o que pensa do seu trabalho: “Essa não é a minha praia.” O outro é centrado e realizado; embora fora da sua função natural, não sente logrado seu êxito, por não estar tirando da vida o que desejava e que a principio teria direito. Faz o serviço com alegria, trata os passageiros com fineza e dirige dentro de um padrão de equilíbrio exigido para a convivência pacifica numa cidade como o Rio de Janeiro.
Percebe-se que não basta a relação de atributos e qualidades que o profissional precisa ter, aparentar e fazer, para ser bem sucedido na profissão que escolhe. É preciso ter satisfação e essa satisfação é analisada sob três esferas de percepção humana, ou seja, como a pessoa se percebe, como os outros a percebem e que aproximação há entre a atividade desempenhada e os seus valores pessoais. Esses fatores influenciam muito mais na satisfação profissional do que a remuneração, a função que desempenha e o lugar onde se trabalha.
Conhecer a si mesmo, saber o que gosta de fazer, descobrir os seus talentos, ponderar e observar se o que mais gosta de fazer poderia ser  a sua atividade profissional e ao mesmo tempo, perceber esse trabalho se completa com os seus valores ou com aquilo que você acredita. Essa deveria ser a reflexão feita no momento da escolha da profissão.
Também, deve-se pesquisar o seu futuro empregador, saber quais são os valores, a cultura e a política da organização; as pessoas deveriam trabalhar onde se sente bem e realizar as atividades propostas com tanto prazer que não perceba o tempo passar. Pena que nem todos consigam.
Quando a pessoa consegue fazer essa reflexão de maneira consciente e alcança esse patamar, com certeza, terá êxito no processo da escolha profissional; saberá se posicionar quanto vocação e terá a satisfação de desempenhar a atividade profissional de modo prazeroso.

Isaias Lima de Menezes


BIBLIOGRAFIA:
LEIDER, Richard J. & CHAPIRO, David A. “Esta não é a minha viagem” e “Por que você está fazendo isso”. In.:________________ “Assobie enquanto trabalha”. Rocco. São Paulo, 2003. p. 101-103 e118,119

PEPE da JMN




O P.E.P.E. é um programa educativo pré-escolar cristão que visa levar educação secular e cristã, bem como a inclusão social às crianças carentes em todo mundo, plantando a semente do evangelho em seus corações.
Firmado por meio de parcerias o PEPE Network divulga, multiplica e expande a estratégia dos PEPE’s no Brasil, temos hoje duas missionárias coordenadoras do PEPE, cujas ações desenvolvidas com a finalidade de mobilizarem e capacitarem líderes de igrejas, associações e convenções estaduais para implantação deste programa. Em todo o país já foram atendidas mais de cinco mil crianças,  o plano é multiplicar e espalhar os PEPE’s por todo o Brasil, a finalidade é alfabetizar e evangelizar crianças e ao mesmo tempo, utilizar-se desta plataforma para plantar novas igrejas e dar crescimento as igrejas já estabelecidas.

FONTE: JMN

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Homenagens Póstumas


Faleceu na noite de segunda-feira, dia 17 de setembro de 2012, o pastor Belardin de Amorim Pimentel, seu corpo foi velado na quarta-feira, dia 19, nas dependências da Primeira Igreja Batista de Campo Grande, a partir das 6 horas da manhã de quarta-feira, por conta da vinda de seus filhos que vivem no exterior. O culto em gratidão à vida desse grande servo de Deus começou às 10h e terminou às 13h35min, diante de aproximadamente 1500 pessoas que vieram se despedir dele. O sepultamento ocorreu às 15h, no Cemitério Jardim da Saudade de Paciência.
Pastor Belardim era casado com a irmã Heloísa Helena desde 1964, com quem teve três filhos: Laura Helena, Ana Cláudia e Marcelo.
Em 43 anos de ministério, pastoreou 4 igrejas em ministério efetivo:  a PIB de Alcântara (RJ), PIB de Londrina (PR), PIB de Campo Grande (RJ) e IB Jardim Joari e interinamente 10 igrejas na Cidade do Rio de Janeiro e 3 em Alcântara, além  disso, serviu ao Senhor como Secretário Geral da Convenção Batista Carioca. Não se tem informação que nenhum outro pastor batista tenha organizado tantas igrejas quanto ele; durante o período que pastoreou a PIB de Campo Grande, de acordo com as informações que dispomos, a IB Parque São Basílio foi a primeira organizada e a IB Jardim Paraíso, nossa igreja, foi a ultima. Também, promoveu a consagração de muitos pastores, dos quais este que vos escreve recebeu essa graça de ser conduzido ao ministério por intermédio dele.
Que Deus levante homens idôneos para o ministério pastoral, com a mesma visão de reino e determinação para servir, para suprir a lacuna deixada pelo nosso querido pastor.

Pastor Isaias Lima de Menezes
IGREJA BATISTA JARDIM PARAÍSO



sábado, 1 de setembro de 2012

Livro do Profeta Jonas

Deus chama Jonas para pregar na cidade de Nínive e ele foge tomando um navio para Társis. Então Deus manda uma forte rajada de ventos e  uma grande tempestade açoita o mar. Os tripulantes do navio e seus passageiros temerosos clamam aos seus deuses e ao mesmo tempo, procuram entre eles o culpado. Ao ouvirem o relato de Jonas e descobrirem que havia desobedecido a Deus temem e a pedido do próprio Jonas, o jogam no ao mar que se torna em bonança.
Um grande peixe engole Jonas que fica em suas entranhas três dias e três noite, período que esteve em oração, confessando seus pecados e agora por causa da situação, deseja cumprir a missão que havia recebido. Por isso, Deus ordena e o peixe, obedece a vontade de Deus o vomita em terra firme.
Pela segunda vez Deus chama Jonas para pregar na cidade de Nínive, desta vez ele obedece; mas quem lê o livro percebe que ele não realiza o trabalho de boa vontade. Como prova, está o fato que a cidade normalmente seria percorrida em três dias e Jonas realizou a tarefa em um só dia; dizendo que em quarenta dias a cidade seria totalmente destruída, se o povo não se arrependesse dos pecados cometidos. Fez de má vontade. Como resultado, todos os ninivitas se arrependeram e Deus não destruiu a cidade. Jonas ficou decepcionado, inclusive com Deus, pois aquele povo tinha um histórico de violência contra as outras nações, principalmente contra o povo de Deus; por isso é que ele pouco se importava com aquela gente. 
Ao descansar a sombra da aboboreira, que mais tarde morre, Jonas aprende uma grande lição de amor e solidariedade; mostrando que todo ser humano não deve somente preocupar-se só com a natureza, mas também os seus semelhantes, mesmo com os que se comportam como nossos inimigos, Deus ensina que todos precisam ser alcançados pelo seu amor e graça.

Pr. Isaias Lima de Menezes

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Café dos Anjos


            O “Café dos Anjos”, embora a maioria de nós já saiba, é uma reunião que ocorre semanalmente, todas as segundas-feiras, de 9h às 12h, em uma Igreja da nossa região, envolvendo a AIBOC e REAL. Embora, quando há um convite fora destes limites, os Pastores também vão. O objetivo é ter um espaço onde os Pastores possam abrir o coração, ouvir e serem ouvidos. Orar uns pelos outros e, em especial, pelo Pastor e Igreja que nos recebam. Todos os Pastores estão convidados bem como convidar para que o Café dos Anjos seja realizado em sua Igreja.
            Algo a ser destacado é que, nesses encontros, o relacionamento entre os Pastores tem se fortalecido. Isso tem favorecido o intercâmbio entre Igrejas e Pastores bem como de Ministérios entre as Igrejas. Frequentar essas reuniões só traz benefícios para os seus frequentadores. Se, por acaso, você ainda não foi a nenhuma reunião, vá e tire as suas próprias conclusões.
            Um dos temas abordados, que tem no Pr. Francisco França como seu defensor, é o relacionamento. Realmente, o Pr. David Kornnfield em seu livro “O Líder que Brilha” aborda sete relacionamentos imprescindíveis na vida de um líder, seja ele Pastor ou não. Creio que seja do domínio de todos que não basta ter um título, no nosso caso o de Pastor, embora a bíblia o trate como um dom dado por Deus, e não título. Para que alguém desenvolva o seu Ministério com excelência (1Tm 3.1) ele deverá ter a habilidade de desenvolver relacionamentos comprometidos e saudáveis. Sem compromisso com aqueles que nos lideram, e com aqueles a quem lideramos, não existe a possibilidade de haver saúde no relacionamento. O máximo que alguém assim conseguirá é ser suportado, sendo alvo constante de oração.
            Ao longo da nossa vida, encontramos pessoas especiais, a quem chamamos de amigo do peito, amigo do coração, amigos sinceros. Amigos sinceros são pessoas que nos falam a verdade em amor, que querem o nosso bem e nos alertam dos perigos. No entanto, nem sempre um amigo consegue alertar o outro quando o vê em perigo. Isso acontece porque não existe um nível considerável de confiança, como também um coração aberto e disposto à correção. Qualquer coisa que se diga é vista pelo outro como ofensiva, ou é considerada uma crítica destrutiva à sua pessoa. Na realidade, isso acaba revelando falta de maturidade. Quando alguém escolhe outra pessoa como amiga, deve aceitá-la sem condições, guardar as suas confidências, promover o seu desenvolvimento espiritual e mostrar sempre que for possível a autoridade suprema de Deus e da sua Palavra em momentos de aconselhamento.
            Talvez seja por isso que encontramos tanta gente isolada e sem amigos. Assim sendo, voltando ao parágrafo de introdução, o Café dos Anjos exerce um papel tão importante para nós. Ali não existe perfeição, mas existe aceitação incondicional. Isolamento não é bom para ninguém. Defeitos? Eu tenho. Imperfeito? Eu sou. Limitado? Também. Mas, uma coisa eu digo: eu prefiro ser um Pastor com defeitos, imperfeito e limitado ao lado dos meus pares e sendo amado e aperfeiçoado por eles a estar perfeitamente isolado e longe deste convívio. O relacionamento, à medida que avança e madurece, cria amizades verdadeiras e sólidas que farão bem a todos favorecendo, assim a um relacionamento saudável.
Pense nisso e um forte abraço.
Pr. Luiz Roberto dos Santos

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Através do namoro é Possível!


"Porque necessitais de perseverança, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa".aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre". Hebreus 10: 36

Para o cristão fazer a vontade de Deus é prioridade, considerando o relacionamento que passou a ter mediante a fé em Cristo Jesus. Nesse relacionamento, através de Jesus Cristo, Deus nos dá abundante vida. Nesse relacionamento, ainda, o cristão é dependente de Deus, feito uma nova criatura, e se torna servo para a vontade de Deus em sua vida, e como o princípio básico é o serviço, Deus expressa a Sua vontade, e o faz soberanamente, e nós buscamos cumpri-la. É por esta razão que somos chamados a perseverar, e neste estilo de vida que privilegiamos a vontade de Deus, e assim alcançamos a promessa.
O cristão em vias de formar a sua família, o seu lar, em termos de preparo para o casamento, e de realizar a vontade divina no namoro, e no noivado, e no seu próprio casamento, tenha esta visão, buscar em tudo a vontade divina.
Namoro é coisa moderna. No passado não era assim, em algumas culturas, ainda hoje, também não é assim; não havia nem há namoro. O casamento era arranjado pelos pais, pois havia muitas conveniências envolvidas, questões econômicas, patrimoniais (para que não houvesse divisão de terras, de posses, os casamentos eram feitos, quantas vezes, dentro das próprias famílias), havia questões políticas. Gilberto Freyre fala em seu livro Casa Grande e Senzala fala a  respeito de mocinhas que se casavam com doze, treze anos com homens bem mais velhos, com trinta, quarenta e tantos anos. Ele diz com uma nota de muita tristeza que quando essas meninotas/esposas estavam com 22, 23 anos já eram mães de muitos filhos e praticamente mulheres acabadas, sendo que muitas morriam bem cedo.  Até se chegar aos dias de hoje, à escolha individual do namorado ou namorado, era um longo caminho que devera ser percorrido.
Compete aos pais a orientação para o namoro de seus filhos.  Namoro prematuro, precipitado, pode ser bonitinho, mas, também, altamente problemático. O envolvimento sentimental é forte demais para a cabecinha de algumas moças e para o coração de alguns rapazes, que por não buscarem em primeiro lugar a vontade de Deus, perdem o privilegio de um casamento saudável.
Por ser pastor oriento: Através do namoro é possível, realizar a vontade de Deus. Busque em primeiro lugar saber a vontade de Deus para a sua vida sentimental, pois você pode acerta com mais propriedade, o Deus trino deseja que casais cristãos sejam felizes para sempre, pois Amós nos avisa: "Acaso andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?". Isso vale para todo tempo, para cada decisão na vida cristão. É por essa razão que é preciso começar do modo certo, fazendo a vontade de Deus.
Pr. Francisco Assis Pereira França

“Instrui-nos Senhor, pois Teu é o Reino”


“Instruir-te-ei e ensinar-te-ei, o caminho que deves seguir, e, sob as minhas vistas, te darei conselhos.”                                                                                                                             Salmos Mateus 5: 13
      Todos os processos formativos e educativos na Bíblia objetivam conquistar e defender a vida. Para alcançar este objetivo Deus enviou seu Filho e em seguida o Espírito Santo.
      Quando os filhos de Israel perguntavam a seus pais sobre a razão de suas práticas, eles respondiam com o fato histórico de sua libertação do Egito (Dt. 6). A eficácia da palavra somente pode ser vista quando se realiza na vida de seu povo. Não se pode ensinar a Palavra fora do contexto histórico. A Bíblia foi escrita para facilitar e aprofundar o processo de ensino e de conscientização; por isso, é a Bíblia o centro do processo de ensino-aprendizagem cristã. Ela foi formada dentro de determinado contexto e foi destinada a pessoas que viviam, e vivem, em determinadas condições existências específicas.
      Além da vida e da Palavra, um valor incontestável da educação cristã é a sua prática. A dinâmica da pedagógica da mensagem evangélica não pode ser confundida com a simples transmissão da fé e dos conteúdos cristãos. A mensagem precisa levar os indivíduos a um encontro com Jesus Cristo, o propósito não é apenas interpretar, mas transmitir (Mt 7: 21). Deus fez um pacto com seu povo, comprometeu-se com sua realidade, assumiu sua existência, acompanhou seus problemas, conheceu e simpatizou-se com a vida e os problemas de seu povo.
      Sendo assim, a educação cristã é um canal através do qual Deus está falando ao seu povo. Escutá-lo não significa ficar parado, passivo, mas exige uma resposta. Respondemos a chamada divina quando percebemos melhor a chamada de deus, essa chamada é para os educadores, os quais não estão procurando sua própria honra mas a daquele que os escolheu e os enviou (Jo 7: 16-17).
      Finalmente, a educação cristã não é, e não poderá ser, um processo individual, considerando que ela envolve todas as pessoas alcançadas; ela não pretende chegar apenas ao coração da pessoa, mas alcançar o coração do grupo social, da comunidade. Jesus esteve às voltas com um grupo, a quem enviou às nações para pregar, ensinar, batizar. Portanto, a igreja é a comunidade educadora para este tempo, e como tal deve rogar ao pai: “Ensina-nos os teus caminhos e não nos deixe sem Teus conselhos.”

Pr. Francisco Assis Pereira França

“SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO PARA SER!”


O ministério pastoral é um desafio, e uma obra árdua. Por esta razão o apóstolo Paulo comparou a vida do pastor à do soldado e à do lavrador. Ele encorajou o jovem Timóteo a participar "dos sofrimentos" no ministério, considerando que se estivesse habito para este fim, certamente encontraria forças para enfrentar os seus quando assim surgissem. (2 Tm 2.3,6).
Não há que não espera, que um pastor seja muitas coisas. Há rebanhos que afirmam que ele tem de ser um conselheiro para aqueles que necessitam de orientação, um encorajador para aqueles que estão desanimados, e um confortador para os que estão angustiados. Há os que dizem que ele precisa ser um administrador da vida e do ministério de uma igreja local, com uma eficácia fenomenal, ou seja um líder que dirige a igreja nos caminhos adequados, com uma cultura impecável, ilustrativa e magistral. Diga-se ainda, que dentre todas essas e outras responsabilidades, o pastor é, e deve ser sempre, acima de todas as demais coisas, um pregador convincente a todo tempo. É ou não é um grande desafio ser, exercer o ministério pastoral hoje?
"Prega a palavra!" foi a admoestação do apóstolo a Timóteo. "Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina" (2 Tm 4.2). Esse mandamento, por si mesmo, é suficientemente forte para fazer que pastores se aprumem e perceba a grande ênfase colocada na pregação. SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO PARA SER!
Nós pastores devemos ser grato ao Senhor nosso Deus, pois através do apóstolo Paulo, nos fortalecer, nos admoesta   com um argumento não perturbador com relação a pregação da Palavra.
Nós pastores somos motivados a pregar a Palavra porque "haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas." (2 Tm 4.3-4).
As pessoas, os grupos que exigem muito, este no conceito de Paulo, serão presas fáceis. Considerando que são pessoas (ovelhas) não querem, e não buscam ouvir o seu Pastor. Porém, os pastores que ainda não seja ouvidos, respeitados, amados, consolados e benquisto por ovelhas que estão ao seus cuidados, ainda assim, o pastor precisa pregar a Palavra com autoridade, considerando a inevitável tendência íntima dos homens no sentido de resistirem à sã doutrina. Levando sempre em consideração que a pregação é o meio ordenado por Deus para combater essa tendência.SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO PARA SER!
Ser pastor é ter como prioridade no desempenho de seu chamado, o padrão estabelecido pelos profetas do Antigo Testamento e pelos apóstolos do Novo Testamento, acima de tudo buscar supremo o exemplo de nosso Senhor. Que na dependência do Pai, e na dinâmica do Espírito Santo ousou ser e fazer o que lhe fora ordenado, ainda que não agradasse a todos. SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO PARA SER!
Um pastor segundo o coração de Deus, pois sabe que seus ministros, chamados e vocacionados lhes prestarão contas, sabedores são eles de que “Ai dos pastores...” Jeremias 23: 1-4.
Que Deus continue abençoando, preservando, auxiliando, fortalecendo, orientando, forjando e dando o poder necessário para que, aquele que foi consagrado, ordenado ao ministério pastora seja mais que vencedor.  A questão para ser um pastor nesses dias difíceis é lembrar sempre que o Supremo pastor esta conosco. Amém    

Pr. Francisco Assis Pereira França

“O QUE REALMENTE ESTAMOS PRECISANDO?


Neemias 6:15,16
 Reclamações, queixas, porta-vozes do caos, e “retranqueiros” são abundantes no mundo. É muito fácil analisar, examinar, e falar sobre os problemas da sociedade moderna. Porém o que realmente precisamos é de pessoas corajosas, que não apenas discutam a situação, mas que tomem alguma atitude!
Neemias viu o problema e ficou aflito. Em vez de reclamar ou revolver-se em autopiedade e desgosto, ele tomou uma atitude. Neemias sabia que Deus o estava convocando para motivar os judeus a reconstruir os muros de Jerusalém, e assim deixou sua posição de responsabilidade no governo persa para fazer a vontade do Senhor. Neemias sabia que Deus poderia usar seus talentos para realizar aquela obra. Desde a sua chegada a Jerusalém, todos reconheceram que ele estava no comando. Ele organizou, gerenciou, supervisionou, encorajou, enfrentou oposição, injustiças e prosseguiu até que os muros fossem construídos. Neemias foi um homem de ação.
No início dessa história, Neemias conversa com seus amigos judeus, os quais lhe dizem que os muros e portões de Jerusalém estavam destruídos. Estas eram notícias perturbadoras, e a reconstrução desses muros derribados. O rei consentiu.
Levando consigo cartas reais, Neemias viajou para Jerusalém. Ele organizou as pessoas em grupos e lhes designou setores específicos dos muros(cap.3). Entretanto, o projeto de construção enfrentou ferrenha oposição. Sambalate, Tobias, e outros tentaram deter o projeto insultando, ridicularizando, ameaçando e sabotando. Alguns dos trabalhadores temeram; outros se cansaram. Em cada caso, Neemias empregou uma estratégia para frustrar os inimigos – oração, encorajamento, serviço de guarda e consolidação(cap.4). Mas um problema diferente surgiu internamente. Os judeus ricos estavam explorando a difícil situação dos seus trabalhadores camponeses. Ao ouvir sobre essa opressão e ganância, Neemias enfrentou, face a face, aqueles que extorquiam os outros(cap.5). Depois disso, com os muros quase concluídos, Sambalate, Tobias e seus comparsas tentaram deter Neemias uma vez mais. Mas Neemias permaneceu firme, e a reconstrução dos muros foi finalizada em 52 dias. Que tremendo monumento ao amor e à fidelidade de Deus! Tanto os inimigos quanto os amigos sabiam que Deus os havia ajudado(cap.6).
Após a reconstrução dos muros, Neemias continuou a organizar o povo, registrando e escolhendo guardas para as portas, levitas, e outros oficiais(cap.7). O livro de Neemias conclui com uma lista de clãs e líderes, com a dedicação do novo muro de Jerusalém, e a purificação da terra em relação ao pecado(cap.12 e13). Observe Neemias em ação e decida ser uma pessoa em quem Deus possa confiar para agir em nome Dele neste mundo. 

Pr. Francisco Assis Pereira França

“DEUS SOMENTE, SOMENTE DEUS!”


 “Então se levantou Pedro...” (Atos 2:14).
            É maravilhoso contemplar o Espírito Santo levantar fracassado, o caído! Pedro, mesmo envergonhado por ter negado
                  Jesus três vezes, levantou-se, não mais para negar, mas para glorificar o nome do Senhor Jesus, para falar das grandezas e das maravilhas de Deus. É isto que o Espírito Santo faz com o crente: Ele o levanta para glorificar o nome do Senhor Jesus.
Deus quer levantar você também, ungir sua vida, onde você estiver agora, no lugar onde você vive. Talvez você seja alguém que já falhou que já caiu e ninguém lhe daria uma outra oportunidade, mas Deus é especialista em pegar sucatas e transformar em obras de arte para a Sua glória.
Assim aconteceu com o Apostolo a Pedro, que se levantou e proclamou o nome do Senhor Jesus diante daquela multidão.
Estudando o capitulo 2 de Atos a partir do verso 29 como Pedro define Jesus, como falam as profecias. Diz que todas as palavras proféticas convergiram para Jesus, e de como Ele foi o varão ungido por Deus. Essa teologia não se aprende com ninguém, não se copia de nenhuma igreja, mas é a teologia da Bíblia. Quando você está cheio do Espírito Santo, Ele o guia para a verdade e Jesus é esta verdade, como está escrito:”Eu sou o caminho, a verdade e a vida...”(Jô 14:6).
Pedro estava terminando o seu sermão quando alguém, no meio da congregação, levanta a voz e pergunta: ”O que faremos, então, irmãos?”. Se fosse uma dessas igrejas com horário controlado, Pedro diria:”Volta no próximo domingo, porque o culto já acabou”. Mas ele disse:”Arrependei-vos e cada um de vós creia no Senhor Jesus e sejam batizados para remissão dos pecados e recebereis o dom do Espírito Santo”.
A palavra de Pedro cai com tanto poder sobre a vida daquelas pessoas que, naquele primeiro apelo evangelístico, quase 3.000 pessoas aceitaram a Jesus e foram batizadas.
Quantas vezes Pedro negou Jesus? Três. Mas Jesus usa uma matemática impressionante. No primeiro apelo de Pedro três mil se converteram o que significa que a sua falha é compensada mil vezes pelas bênçãos de Deus. Assim e o Senhor conosco. Amem.

Pr. Francisco Assis Pereira França

quinta-feira, 12 de julho de 2012

A verdadeira Pregação


Amados de Cristo, sei que nós pastores vivemos tensões, problemas, crises, dificuldades e por vezes estamos no meio da multidão e, ainda assim, isolados.  Parece um tanto complexo a expressão, mas espero ser entendido e ao menos compreendido pela maioria.

Há diversas igrejas ao nosso redor e por vezes traz confusão na mente e na visão das pessoas. Que indagam: qual a igreja certa ou qual a melhor?

E em função disso percebo que passamos  a travar uma batalha gigantesca com o crescimento da nossa igreja em todos os aspectos. Traz preocupações na mente e por vezes chega ao coração.  Sou pastor e passo por igual situação.

Nos dias atuais surge a cada instante formulas mágicas que declaram que a igreja vai crescer assustadoramente e permite que passemos a sonhar e buscar este processo sem dores maiores.  Ocorre que não existe método que estabeleça o verdadeiro sem compromisso com a Palavra. Não há método que não exija de cada um de nós, a santificação.  
Somente será possível ter a consciência deste processo constante se pregarmos a verdade.  Somente alcançaremos bons resultados se cada pastor tiver em mente a tarefa dada por Cristo a um de nós que fomos chamados ao ministério da Palavra.

Não podemos entrar na preocupação do simples crescimento sem o verdadeiro sentido da bíblia.   Aconteceu com a igreja primitiva o crescimento que considero extraordinário. Percebo que aqueles crentes tinham características de servos comprometidos com a escritura sagrada.

Não importa o tamanho de nossa igreja, a  verdadeira pregação não pode faltar.  Somos responsáveis diante de Deus por cada mensagem que expressamos nos púlpitos das nossas igrejas ou nos lares e outros lugares que entregamos o recado do Senhor.

 Como ouvirão se não há quem pregue?  E com conhecerão a verdade, se nós não ensinarmos a bíblia?  É apontado o crescimento dos evangélicos no Brasil, que é bom sem dúvida alguma. Pois se desejamos ter um país de cristão um dia, este sinal é extraordinário e ao olharmos para trás veremos o que está acontecendo.  Mas, isto aconteceu em outros países da Europa num passado e hoje a realidade é outra e bem pior que o nosso Brasil no passado.

 Então, trago a minha preocupação de não abrirmos mão da verdadeira pregação, onde Cristo seja adorado e aceito nos corações como verdadeiro Senhor. Onde  somente Ele vai reinar e morar e comandar nossas ações e reações.  Trazer a nossa mente a cada dia que somos o sal da Terra e a luz do mundo e que não podemos poupar jamais energia neste mundo.

Que nossa mensagem seja verdadeira, que nós  pregadores da bíblia estejamos firmados e convictos nela para todo sempre. Ainda que haja rejeição de alguns, a qualidade dos que aceitam fará a diferença.

Que Deus nos abençoe com a visão e com  a verdadeira mensagem hoje  e sempre.

pr. Elison Amaral Leite - PIB Santa Cruz 

terça-feira, 3 de julho de 2012

Os cristãos somos homoclastas: uma revisão exegética da palavra "sodomia"


por Luiz Roberto Santos * segunda, 2 de Julho de 2012 às 12:54 ·

O cristianismo como formador da cultura de gêneros criou uma distorção na formação da sexualidade humana. Pior que a homofobia (aversão e preconceito ao homossexual), é o espírito homoclasta na civilização cristã ocidental ao longo dos séculos. Homoclastia é a ojeriza ou a atitude de destruir e perseguir todos que manifestam uma relação homofílica (atração para com o mesmo sexo).

 É humilhante ver o pavor de um jovem cristão em suas crises quanto à sua sexualidade. Ver sua auto-rejeição, quando descobre alguma diferença no seu comportamento quer como homem ou como mulher. O medo e o desespero em revelar seus fantasmas o levam a uma vida de terrorismos psicológico, mental e espiritual. Não basta dizer para este ser humano não gostar do mesmo sexo. Não basta amarrá-lo e exorcizar os demônios da homossexualidade. Pois, quanto a sexualidade não há um ser humano em sua total e plena maturidade saudável. Quem é idôneo para tratar desse assunto?
 Diante de interpretação equivocadas sobre a sexualidade cristã, destaco uma palavra  para uma reflexão exegética - “sodomia”. Dicionários definem sodomia como “conjunção sexual entre homossexuais masculinos”. É uma palavra oriunda do Velho Testamento aos habitantes de Sodoma, cidade destruída por Deus.

Porém, a palavra “sodomia” na cultura bíblica, de construção judaica, está mais próxima de “prostituição”, do que “homossexualidade”. A palavra se forma a partir da narrativa de Genesis capítulo 19. Habitantes de Sodoma cercam a casa de Ló para divertirem-se com os dois visitantes (anjos) que estavam acolhidos pelo sobrinho de Abraão. Ló mantinha uma conduta familiar conforme recebeu de Abraão seu tio. Uma educação semita sobre família e sobre sexo, mas habitava numa cultura cananita, marcada pela devassidão moral.

A narrativa bíblica revela a cultura da sexualidade em Sodoma. Tantos grandes quanto pequenos se divertiam através do sexo grupal e da violência sexual. O estupro, o incesto, as orgias, a violência tanto a homens quanto a mulheres eram praticados pelo povo como lei moral. O sexo era para a distração humana. Era para o prazer coletivo. Não havia idéia de fidelidade conjugal e nem tão pouco temor quanto à vida humana. A perversão chegou ao ponto de brincarem sem pudor com o sexo. Eram heterossexuais, porém, tinham prazer em praticar o sexo para humilhar e violentar pessoas. Era a lei da selva, um instinto animalesco. Moralidade esta inculcada nos filhos desde a infância. Crianças eram violentadas. Meninos eram currados, mulheres estupradas. Pais praticavam sexo com seus filhos. Isto era Sodoma!

Assim, uma criança que nasce numa cultura cristã hipócrita e fraudulenta está fadada a doenças psíquicas de sua sexualidade. Uma visão cristã onde o heterossexual violenta, estupra, mata,  diverte-se, machuca, mas pertence ao reino dos céus. Porém o adolescente que precisa de ajuda e amparo, que desenvolveu síndromes que ele mesmo rejeita, é comparado com os sodomitas e condenado ao fogo do inferno.
   
Como acolher jovens que se sentem atraídos pelo mesmo sexo? Como lidar com gente que desenvolve uma aversão pelo sexo oposto? Estes são sodomitas? Não! Biblicamente, não! Sodomita representa o homem ou a mulher que em perfeito juízo escolhe fazer do sexo seu espaço de diversão hedonista, perversão e prazeres egoístas. Sexo sem lei. E onde não há limites desenvolve-se um espaço irracional. É a lei do presídio! É a lei da morte! Este é o conceito bíblico de sodomia. É esta a sexualidade permissiva que o cristianismo ocidental desenvolveu. É esta cultura sodômica que está no subconsciente de um pseudo cristianismo contemporâneo.

É mais fácil perseguir e amaldiçoar um ser humano que personificamos como “mau”, do que destruir um “mal” enraizado em nossas mentes. Assim, buscamos destruir toda personificação que incomoda nossas perversões internas. Não somos apenas homofóbicos, somos homoclastas!

            (um texto para reflexão e discussão, pastorluizroberto@terra.com.br)
* Professor do STBSB
*Publicado com autorização do autor.