quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

AS NORMAS DE SEGURANÇA E OS TEMPLOS RELIGIOSOS



A tragédia na boate de Santa Maria que levou ao óbito de forma absurda a vida de 231 jovens; reacendeu na minha mente um diálogo que tenho tido com alguns pastores: a situação dos templos evangélicos.
Movidos pelo desafio de crescimento do número de membros, muitos pastores fazem construções sem planejamento técnico ou se instalam em salões, galpões e lojas adaptadas sem o a menor preocupação com a segurança dos fieis que ali se reúnem. Esses locais possuem portas estreitas, espaços apertados entre os bancos, ausência saída laterais, falta de extintores, decorações inflamáveis; escadas mal construídas muito íngremes, dificultando o acesso de pessoas hipertensas e os da terceira idade, e,  estreitas, totalmente fora do padrão exigido do Corpo de Bombeiros; verifica-se também a ausência de rampas e quando elas existem, não são suáveis.
Nos templos antigos, construídos numa época onde essas preocupações não eram levadas em consideração, percebemos a necessidade de readequação as exigências atuais. Quero incluir nesta categoria, alguns templos tombados pelo patrimônio público, que muito orgulham a história de algumas denominações.
Mesmo nas igrejas de governos congregacionais, o pastor deve levar o povo ao entendimento, para agir dentro do rigor da letra da lei que não isenta o líder das suas responsabilidades em caso de acidentes dessa natureza. Pastor é responsável pelo bem-estar daqueles que frequentam aos cultos no templo onde ele ministra a Palavra e não deve ser omisso. A obediência as leis não deve ser tratada como assunto de governo administrativo eclesiástico, mas cumprido.
A maioria das pessoas são reativas; esperam a tragédia acontecer, para depois atender as exigências que deveriam ter sido providenciadas antes dos eventos tragicos; a experiência da boate Kiss na cidade de Santa Maria pode ser o momento oportuno de se refletir a nossa prática e passarmos a ser proativos. Podemos começar, tomando a decisão de adequação das igrejas às normas de segurança estabelecida pela legislação; para isso, consulte profissionais do ramo de engenharia e de arquitetura; siga orientações do Corpo de Bombeiros. A prudência indica essa direção, espera-se uma mudança de atitude nesta área, que contribuirá para evitar o acontecimento de tragédias semelhantes nas igrejas.
Hoje, os donos da boate são acusados pelo que deixaram de fazer; mas amanhã o acusado poderá ser o pastor de igrejas que não atendem o padrão de segurança exigido. Será que teremos que esperar outra tragédia como essa em nossos templos para aprendermos a lição de como não fazer? Basta de mortes pela irresponsabilidade, omissão ou postergação de atos que deveriam ter sido tomados, por alguém que tem uma responsabilidade a cumprir e deixa a desejar. Que acidentes semelhantes a esse nunca mais aconteça e que os culpados sejam julgados e condenados segundo a lei; mesmo sendo pastores.
As famílias das vítimas de Santa Maria estão sofrendo, esse acidente abalou todo o Brasil e fez muita gente se solidarizar com a dor dessa grande perda. Creio que somente Deus pode consolar o coração das famílias e dos amigos em luto, pois qualquer palavra que eu diga não resolverá; somente mostrará a minha solidariedade com a dor deles e a minha indignação com os que deixaram de observar as normas de segurança.
Isaias Lima de Menezes

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